No artigo sobre como medir o desempenho da sua empresa aprendemos de forma descontraída como é a estrutura da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) da sua empresa.
Veremos agora, passo a passo, como cada informação da DRE pode nos ajudar a entender o nosso negócio.
1. Valor total das vendas
Toda empresa, seja ela um comércio, uma indústria ou uma prestadora de serviços, tem como objetivo vender o que produz. Sem vendas dificilmente sua empresa irá sobreviver.
Mas muitas vezes o valor total das vendas, por tratar de grandes quantias, é o que confunde os empreendedores.
Para evitar problemas na sua empresa, vamos assumir uma regra de uma vez por todas: este valor não é o lucro da empresa e deve ser administrado com responsabilidade!
Ele é o valor que será usado para pagar todas as contas da empresa.
2. Custo do que foi vendido
O produto comprado do fornecedor, a matéria prima para a fabricação, a mão de obra do prestador de serviços: todos esses itens são exemplos de custos de uma empresa.
Saber quanto custa produzir o que você vende é fundamental para o seu negócio e já foi assunto de outro artigo aqui no blog. O custo irá te ajudar a definir, por exemplo, o quanto você deve cobrar pelo que você vende.
Ao subtrair o custo do total de vendas você já saberá qual é o lucro bruto da sua empresa.
3. Lucro Bruto
Digamos que este seja o “primeiro nível” para ver se seu negócio tem potencial. O lucro bruto traz a resposta para a pergunta: está valendo a pena produzir o que eu vendo?
Não ter lucro bruto significa que não está valendo a pena fazer o que você vende!
A partir dessa informação você pode procurar alternativas como, por exemplo, reduzir os custos de produção ou ajustar o seu preço de venda.
Caso o seu lucro bruto seja positivo, você pode “avançar mais uma casa” no nosso jogo e subtrair deste valor as despesas operacionais.
4. Despesas Operacionais
Gastos com marketing, comissões de vendedores, salário dos profissionais administrativos e demais gastos de suporte das operações da empresa fazem parte desta soma.
As despesas operacionais respondem a pergunta: quanto gasto para vender o que eu faço?
Quanto menor este valor, melhor. Procure alternativas para reduzir as despesas operacionais e manter o mesmo volume de vendas. Se você conseguir isso, com certeza você está otimizando seu investimento.
Subtraindo as despesas operacionais do lucro bruto você terá sua Receita Operacional.
5. Receita Operacional
A Receita Operacional é o termômetro da produtividade e da eficiência das operações da sua empresa.
Se ela for positiva, significa que todo o seu processo desde a compra dos fornecedores, a produção e a venda estão valendo a pena. Quanto maior a receita operacional, mais eficiente é a sua empresa na produção e na geração de riqueza.
Se não houver receita operacional é preciso reavaliar todas as etapas do seu processo de compra, produção e venda e identificar onde é possível melhorar e fazer com que o seu negócio seja capaz de gerar lucro, afinal, uma empresa sem lucro não tem futuro!
É importante lembrar que a receita operacional também não é o lucro da sua empresa.
Muitos negócios começam pegando dinheiro emprestado para iniciar as atividades, por isso, a receita operacional deve ser suficiente para gerar lucro e pagar eventuais despesas com juros de empréstimos.
6. Despesas com Juros
Se a sua empresa não tem dívidas com empréstimos ou financiamentos, parabéns! Mas, se sua empresa contraiu dívidas, garanta que os pagamentos serão feitos em dia para evitar despesas com multas e juros.
As dívidas são obrigações que sua empresa tem com seus credores (quem te deu crédito) e como toda obrigação, elas devem ser pagas. Atrasar compromissos financeiros podem fazer com que sua empresa gaste um dinheiro que poderia ser investido para fazê-la crescer.
Subtraindo as despesas com juros da receita operacional você terá seu Lucro antes dos Impostos.
7. Lucro antes dos impostos
O lucro antes dos impostos mostra a capacidade da sua empresa em gerar receita com o que produz e, em caso de endividamento, qual é a capacidade de honrar os compromissos assumidos.
É possível identificar, por exemplo, se sua empresa está preparada para contrair mais dívidas e o quanto o pagamento de juros interfere na capacidade de gerar lucro.
O lucro antes dos impostos ainda não é o dinheiro disponível para dividir entre os sócios.
Para finalizar o nosso “jogo”, precisaremos avançar para a próxima casa e fazer o pagamento do Imposto de Renda.
8. Imposto de Renda
Quando abrimos nosso próprio negócio temos que ter a consciência de que ao começar, estamos aceitando as “regras do jogo”. Os impostos fazem parte das regras do jogo.
Muitos empreendedores reclamam da alta carga tributária praticada pelo governo. De fato a quantidade de impostos pagos pela empresas no Brasil são enormes, mas isso não nos dá o direito de sonegar os impostos e burlar a regra do jogo.
Cabe a comunidade empreendedora cobrar resultados e transparência sobre onde o dinheiro dos impostos está sendo aplicado. Reclamar e sonegar não vai adiantar em nada.
Subtraindo o valor dos impostos do lucro antes dos impostos você terá sua Receita Líquida.
9. Receita Líquida
Sim! Este é o valor que pode ser reinvestido na empresa ou dividido entre os sócios!
A receita líquida é a melhor maneira de medir a lucratividade da empresa em relação aos investimentos feitos.
Os proprietários podem fazer uma comparação entre o dinheiro que foi investido e o lucro que foi gerado a partir deste dinheiro, e assim, avaliar se está valendo a pena investir no negócio.
Dica:
É muito importante entender o passo-a-passo da geração de lucro.
Agora aproveite e faça um levantamento dos dados e monte o DRE da sua empresa. Veja se ela está sendo eficiente e onde ela pode melhorar.
Esses indicadores podem te ajudar a tomar melhores decisões e fazer sua empresa decolar.
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